Parada junto ao portão da nossa casa, à espera de um Uber – o quarto de sucessivos cancelamentos da parte deles por causa do trânsito – e pára uma mulher ao meu lado a perguntar o que faço na rua. Oferece-me boleia e quase no mesmo instante cai outro cancelamento no telémovel.
A senhora não me conhece, mas percebe que estou à espera de qualquer coisa e “se puder ajudar”… Confio nestes impulsos porque também eu ofereci muitas boleias, geralmente a senhoras idosas que esperavam o eléctrico 28 para subir a Calçada da Estrela.
Assim, aborrecida e a sentir que qualquer mudança é um progresso, sigo de mota com ela.
Deixa-me num cruzamento junto à praia, onde me parece ainda mais complicado para apanhar taxi mas sem tempo de concluir o pensamento de desorientação, quase imediatamente, passa um amigo também de mota que me pergunta se quero boleia para algum lado, que lhe fique em caminho. Avanço mais um pouco. Quando estamos a parar já ele faz um sinal ao taxi que vai a passar.
Resumo desta tentativa de ir ao banco que todos me dizem “fácil, fácil de encontrar”:
2 boleias de mota – 1 táxi – 3 ubers = largas centenas de milhares de Rupias, várias horas perdidas, não descobri o banco, almocei num warung simpático e paguei a internet.
Voltei para a casa a pensar que para passear há programas melhores. Agora, enquanto os amigos de Portugal vão dormir, vou começar tudo de novo.