Chegámos sexta à noite a Singapura, num dos últimos voos da noite. Acordámos muito cedo para não falhar a rotina de exercício e saímos do hotel para o curso de culinária da Maria. Estes momentos são dela, tiro umas fotografias no início e combino voltar para a prova. Agora tenho três horas para passar. Desço uma rua de prédios altos e logo à direita tenho um jardim fabuloso. As cores dos bichinhos, as tímidas iguanas, as libelinhas cor de rosa. O sol está muito forte mas não consigo parar o percurso sugerido numa das placas que encontrei. Mas três horas é muito tempo com este calor. Sento-me num parque e faço um amigo de quatro anos. Só depois de nos entendermos bem e de nos cansarmos da brincadeira é que acabámos por falar com a mãe, que até então nos observou tranquilamente. Ao Zack, expliquei-lhe como aproveitar melhor um brinquedo e ele insistiu em me explicar como usar todos os outros.
Já viajei por terras onde tinha de estar rodeada por dois homens para não ser assaltada nem correr outros riscos… é o mesmo que estar presa. Numa gaiola douradinha mas ainda assim muito limitada. Que tranquilidade estar numa cidade e sentir-me tão segura que é normal passar os telemóveis para as mãos de outras pessoas para que nos indiquem um caminho nos nossos mapas, não precisar de ter a mala no colo nas esplanadas, e poder começar ou aceitar conversas com estranhos sem contar com agendas escondidas. E deixar-me adormecer profundamente no único banco que não fotografei, mas que posso garantir era o mais confortável de todos.