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27 Outubro 2020

O Caminho Português

Segui os planos da amiga com quem fiz o percurso (a Mariana que nos escrevia durante a viagem para a Ásia) e não tomei decisões na escolha da rota a seguir. Preocupei-me em estar bem fisicamente, em ter o calçado ideal e a roupa adequada.

Dois dias antes da partida fiz uma pequena busca por conselhos de outros peregrinos para que pudesse viajar de forma minimalista e retirei excessos da mochila.

Assim, no dia 13 de Outubro, alegremente saímos em direção a Valença, onde começámos o caminho português, dos Caminhos de Santiago.

Embora exigente, não senti que fosse necessário estar tão bem preparado como se insiste. Se não estamos na melhor forma, fazemos menos quilómetros. Há pessoas que fazem 15 kms diários e outras fazem 40. São decisões individuais que não definem o valor da peregrinação.

Esta viagem pode se tornar viciante, na medida que queremos voltar e explorar novos percursos. E, seja qual for o motivo que nos leva a fazê-la, importante mesmo é falar com outros peregrinos e pessoas com quem nos cruzamos, provar a comida e bebida da região, não deixar lixo, parar se for preciso, aprender o que pudermos sobre os lugares e tirar o melhor proveito dos locais deslumbrantes por onde passamos.

Calçado

Talvez o que mais preocupa qualquer iniciante. Nenhum dos ténis que uso habitualmente para as caminhadas parecia suficiente para a tarefa, principalmente pela fraca robustez da sola. O caminho faz-se por todo o tipo de terrenos e inclinações. Convém que sejam resistentes, impermeáveis, com boa aderência ao piso e razoavelmente leves.

Depois de visitar algumas lojas de desporto optei por usar Merrell. O meu pé ficava gigante com um número acima de modo que decidi só comprar 1/2 acima e funcionou na perfeição. Três semanas antes quase só andei com este sapato para todo o lado de maneira a moldá-los ao meu pé e o resultado foi perfeito.

Merrell Chameleon II Stretch W

Meias

Os peregrinos são dos melhores clientes das farmácias que encontram pelo caminho e embora devamos contar com pensos anti-bolha alguns males podemos evitar. Nas lojas de desporto há meias próprias que evitam a frição causada pelas muitas horas de caminhada. Oito dias a andar e só uma pequenina bolha num dedo, que passou em um dia, sem deixar más memórias. Isso e creme nos pés de manhã e à noite.

Mochila

Dizem que o melhor é que o peso da mochila não ultrapasse 10% do peso corporal. Como as balanças caseiras não têm esse tipo de sensibilidade, pesei-me primeiro, depois coloquei a mochila e pesei-me outra vez. Não ultrapassei o valor e ainda assim tive vontade de jogar coisas fora durante o caminho. Para quem não aguenta carregar uma mochila todo o dia há serviços de transporte com preços a partir de oito euros por percurso. Não se encham de coisas como secadores de cabelo e sacos de cama. Até os albergues têm lençois e cobertores. E alguns têm máquina de lavar e secar.

Resumindo: Três t´shirts; duas calças de jogging, um colete polar (a melhor coisa a levar), um casaco de desporto justo, uma capa para a chuva, o calçado eleito e uns chinelos.

Só roupa desportiva. É leve, respirável e seca rápido

Alimentação

Comi tudo o que me apeteceu. O que não foi necessáriamente muito porque não estava para carregar comida. Levávamos alguma fruta connosco, uma barra calórica e uma garrafa de água, que íamos enchendo pelo caminho. Algumas das bicas são potáveis e outras não mas estão todas bem assinaladas.

Vinho

Como dizia a Mariana no trajecto “sin vino no hay camino”. Quando estávamos mais ou menos a uma hora do final do percurso diário escolhíamos uma bodega e, após um copo, o resto da viagem tinha outra leveza.

Bom caminho!

Correio
Marta Gonzaga
Maria Gonzaga
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